Lembrar é alívio da mente
Tortura do físico
Aceitar é ponderar-se
Escravizar-se
Esperar é inquietude
Paciência é pedida
A passividade
A comtemplação
Nada se questiona
Tudo se quer
Esteve viva por muito tempo
Mas quando o encontra
Fica à beira da morte
E se dá conta que vive
A estupidez em que se encontra
À torna um zumbi
Num cenário monótono
No limite entre o deleite e a dor.
Contraponto
As Estrelas
As estrelas
Tão faladas
Metaforizadas
Representadas
Sou mais um indivíduo
Que digo: como brilham
Como encantam
Como são distantes
E por isso, todos querem alcançar
E as quero alcançar, não me importa
se são planetas que se encondem
na luz, não me importa a mil anos-luz
a vagar longe aqui
Se não existe mais e só o que é visível restou
Como é firme a força da gravidade
Como é duro o chão em que só
o atrito me faz andar
em que tenho que me equilibrar
Vou ficar aqui sonhando
Pra ver se vou andando
Ao encontro de uma sombra
pra ficar
Construção
Ah, o outro lado... a imaginação se encarrega de fazer os laços. A cada passo, um tropeço, um nó desatado. Mas os nós brotam. Nem todos desmancham. Não era o fim. O fim se foi. E o começo volta. Dessa vez com curvas e com placas que nem sempre indicam saídas mas outros caminhos se embrenhando numa rede para aprender a lidar com ela e chegar ao final para o outro começo.
Me faço entender, mas não faço ninguém me entender. Só leia e compreenda o que sentir melhor. Esse texto tem pé e cabeça, sim. Contudo, um corpo desengolçado, mas um corpo.
Fábrica de moldes
O convencional
Convence
O convencional
Seleciona
O convencional
Emociona
O convencional
Imposiciona
O convencional
Repete
A foto e a borda
A borda prende a foto
A foto preenche a borda
A roupa entende o corpo
Um corpo tenta entender a roupa
Numa noite
Cruzei ruas
Muitos passos
Sem pés
Segurava pesos no alto
da cabeça
Se perde o vento
Do medo que entra
nos olhos
Em direção às ondas
do profundo breu
Calmaria espera
E eu à espreita
Indo e ficando
Pulsações
Muito de sonho
Faz cair nas nuvens
Muito de chão
Faz enterrar no vão
É por isso que andar no meio
É subir e descer
Ir em direção à luz
Sempre envolto de sombra
Viver intensamente
Morrer constantemente
Parada em meio à ventania
das horas
Barulho mudo
Seguindo a linha reta onde
O destino faz a curva
Me leva sem voltar
Cada passo em frente
Foi o caminho percorrido
Às vezes vou
Talvez evite
Nunca volto
Sempre sigo
Refúgio
Já não bate à minha porta
Já não olha a minha cara
Caída, não tinha mais onde
apoiar, então rastejo e insisto
Quando levanto dou as costas
Dou o primeiro passo
O primeiro sorriso
A dança segue
A música volta
O casal gira
O passado se impõe
Estirada volto a me cobrir
Me recolho à concha
Mergulho fundo, contra a superfície
Círculos e curvas
Vivo dentro do concreto de quadro paredes
Meu movimento se dá à carcaça de quadro rodas
O caminho é previsto e sem desvio.
Pessoas vem, entram dentro de peneiras temporais
Umas ficam, outras vão
Amores vem como brisa,
Vão como os dias
Quando não se espera em vão.
Resta eu em círculos, resta os grãos traçando caminhos,
Mais o que ainda não é,
O que está,
O que não há.
A face de dentro e face de fora da moeda
"Entrelinhas"...
... é um tipo de interpretação que se percebe aquilo que ñ se lê nem se ouve. São palavras q trazem idéias suspensas. Pensando bem, a própria palavra "entrelinhas" trazem idéias, se levado em consideração seu significado. Algo "entre-linhas", assim sendo espaços vazios rodeados por linhas. Essas linhas produzem os espaços vazios que, apesar disso, estão lá. Se pensar em "entrelaçar", seriam ideias entrelaças, amarradas por linhas que figurativamente seriam palavras. Loucura, imaginação aguçada até demais? ... são pontos de vista, maneiras de se receber uma informação e recombiná-las logicamente. Frio, racional? ... é aleatório, algo que vem d dentro, mas sistematicamente organizado com coisas de fora.
Uso freneticamente as entrelinhas
Pra ficar no dito a favor do ñ dito!
Uma estratégica batalha naval em que posiciono as palavras
As atiro ao alvo sem dó, esperando acertar
Uma reação, um sinal...
Ñ uma guerra, uma sintonia
Ñ uma direção, uma interação.