A linha do tempo

O presente é a carne
O passado é o osso

O espírito
O fantasma

Encarar
Lamentar

O cavalo

          Fui a um sítio e me deparei com cavalo. Sem cela, só puxado por uma corda, andando em círculo, de repente o vi pular a cerca. Segue rápido, às vezes para. Não sabe se segue à esquerda ou a direita. Algumas pessoas o cercam e ele desiste. Volta puxado pela corda, volta para o estábulo.
         Depois de dias quase sem me mexer, sem as distrações do mundo moderno, enlouqueci. Corri. Fugindo do nada. Até onde minhas pernas aguentam. Tombei na grama como se sobrevivesse para respirar. E o cavalo andava tranquilamente explorando, vagando sem proprósito.
          Mas será que o propósito de andar em círculos e lhe botar uma cela é mais cabível do que vagar? Ele volta para o estábulo no fim da tarde. Eu não quero estar em lugar nenhum, porque odeio o silêncio que me faz ter que pensar no que devo fazer e no não devia ter feito ou de não exagerar. Sempre agir com propósito, nunca por vontade. E ele segue em círculos, dessa vez não foge. Com o tempo lhe colocam a cela e finalmente pode conduzir alguém.
          Eu quebrei dois copos e botei a culpa na distração. Na verdade foi tédio. Mas quem iria entender?

Um triz

Luis, foi por um triz
De repente vi um olhar gris
Mas parti às seis

E quando olhei
Já estava à mais de milhares de seis
Agora espero de novo minha vez.