Espectador

Soa o alarme
Acordo tarde

Uma forma amorfa de mim
Anda de um lado a outro
Num cabo de guerra mímico
A ansiedade

Outro ser começa a fazer ligações
Dá suas melhores respostas
Movimenta-se juntando as questões
E parte apressada pela porta
A responsabilidade

Juntas me arrastam além do chão
Cada uma de um lado
Observo em vão

É um momento histórico
Um fenômeno raro:
Não me afetei,
Tranquei-as no armário
E sai por aí

O encontro

Novas vozes, novos sorrisos
Novas palavras

O mesmo, não sendo aquele de sempre
Renovado na troca
Na soma
No entrelace

De palavras
De ideias

Me espalho em frases
E aquelas que encontrar
Se te agradar

À vontade está
Para me achar

Sem palavras

Uma porta aberta
Se fecha.

Agora as palavras
Não saem.

Outras
Não entram.

Não falam.

Nada.